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date: "2022-10-08T00:00:00.000Z"
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lang: "pt"
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title: "Como a Disforia de Gênero se Manifesta: Disforia Física"
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linkTitle: "Disforia Física"
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description: "Desconforto corpóreo é apenas umas das várias formas com as quais a Disforia de Gênero se manifesta."
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# Disforia de Física de Gênero
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Todos já ouviram a narrativa da pessoa "nascida no corpo errado". A Disforia Física é um desconforto sobre o formato do corpo devido às características sexuais que ele apresenta. Então de quais características corpóreas estamos falando aqui?
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<h4>Características Sexuais Primárias</h4>
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O núcleo de características reprodutivas que desenvolvem durante a gravidez:
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- Gonadas
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- Testículos
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- Ovários
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- Genitália Externa
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- Pênis
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- Clitóris
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- Escroto
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- Lábia
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- Vulva
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- Órgãos Reprodutivos Internos
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- Próstata / Glândula de Skene
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- Útero
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{!{ </div> <h4>Características Sexuais Secundárias</h4>
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Todas as características sexuais dimórficas que desenvolvem durante e após a puberdade como resultado de exposição à hormônios. Em geral, essas características são quase idênticas entre meninos e meninas pré-púberes.
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- Distribuição de Gordura
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- Cintura, Quadris, Formato das Nádegas
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- Coxas, Braços, Costas
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- Bochecha, Linha da Mandíbula
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- Massa Muscular
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- Pescoço, Ombros e Tronco
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- Braços e Pernas
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- Abdominal
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- Construção Esquelética
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- Variedade de Altura
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- Tamanho das Mãos e Pés
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- Largura dos Ombros
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- Largura da Caixa Torácica
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- Espessura e Densidade dos Membros
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- Testa, Sobrancelhas, Bochecha e Ossos da Mandíbula
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- Largura Pélvica
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- Tom e Textura da Pele
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- Tom e Ressonância da Voz
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- Desenvolvimento de Seios
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- Pelos Faciais
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- Pelos corporais (excluindo genitais e axilas)
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{!{ <div class="gutter"><div class="card"><div class="card-body"><h4 class="card-title">Para sua Informação</h4> }!}
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Os genitais de uma pessoa trans em terapia hormonal não se comportam nem remotamente como os equivalentes de pessoas cis.
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- O Pênis Estrogênico amacia, ereções se tornam menos pronunciadas, a pele afina e começa a transpirar como a parede vaginal. O escroto amacia e muda de cor, com a rafe perianal se tornando mais distinta. Devido a cessação de ereções aleatórias, o tecido eréctil atrofiará se não for regularmente usado, causando o pênis inteiro a diminuir com o tempo. Vibração se torna mais efetiva para excitação.
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- A Vagina Androgênica seca e torna-se mais propensa a rasgamento (lubrificação pode ser um problema). A pele do clitóris engrossa, e as glandes clitorianas crescem em comprimento e largura devido ao início de ereções aleatórias. A lábia também engrossa e geralmente mais peluda. O início de terapia hormonal também resulta em extrema sensitividade do clitóris.
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As características sexuais primárias só podem ser alteradas por intervenção cirúrgica. Algumas características sexuais primárias também são viagens de mão-única e requerem intervenção médica para desfazê-las, principalmente o crescimento de tecido mamário e engrossamento das cordas vocais. Estrogênio não faz a voz mais feminina e Testosterona não faz os peitos diminuírem (exceto pela perda gordura). Mudanças na estrutura esquelética (como a ampliação geral pela testosterona e alargamento das ancas pelo estrogênio) só podem ocorrer até a idade de 25, enquanto o corpo ainda está crescendo.
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Algumas características secundárias podem ser cirurgicamente melhoradas (Aumento dos Peitos, contorno corporal, masculinização/feminização facial), e algumas não podem ser mudadas de jeito nenhum.
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A Disforia Física se manifesta de várias formas distintas. Às vezes ela é sentida em uma espécie de efeito de membro fantasma, no qual uma pessoa pode sentir sensações de um pênis ou vagina que não está lá, uma dor num útero que não existe, ou uma sensação de falta de seios por peitos que não cresceram.
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Ela também pode ser sentida como uma espécie de efeito fantasma *reverso*, no qual uma pessoa está persistentemente ciente de algo que *não* deveria estar ali. O cérebro está recebendo sinais de sensações que ele não espera como o peso dos peitos, ou a presença de testículo ou útero, e essa entrada toma prioridade porque ela não é esperada.
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Ela pode ser sentida como um horror ou repulsa quando se olha ou toca os genitais externos, ativando explosões emocionais ou forte desejo de remover o órgão ofensor. Pessoas transgêneras AFABs (sigla inglesa para <em lang="en">Assigned Female At Birth</em> que significa <em>Designada Mulher Ao Nascer</em>) podem experimentar sensações de algo estar errado durante a menstruação, ou uma sensação de desconexão ou alienamento de seus ciclos menstruais.
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Ela pode se manifestar como uma compulsão de remover certas características corpóreas, tais como obsessivamente raspar pelos faciais. Ela também pode se manifestar como uma compulsão oposta, levando ao meticuloso cuidado dessas características para tentar controlá-las, ex: manter uma barba perfeita, persistentemente fazer manicure e pintura das unhas, ou fastar horas na academia tentando afiar a sua forma.
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Características físicas indesejadas podem levar a pessoa experimentar inveja das pessoas que foram forçadas a remover tais características por doenças, tais como câncer de mama ou testicular. Pessoas AMAB (sigla inglesa para <em lang="en">Assigned Male At Birth</em> que significa <em>Designado Homem Ao Nascer</em>) com severa disforia genital tendem a desejar que alguma espécie de acidente bizarro que causasse a perda de seus pênis.
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Às vezes, pode ser simplesmente uma sensação de estar incorreto, que você pode nem ter atribuído a gênero ou sexo. Pela maior parte da minha vida eu acreditava que a razão pela qual eu odiava o meu corpo era porque eu era gorda. Não foi até eu começar a transicionar que eu percebi que não detesto nem um pouco a minha gordura. Eu odiava ter gordura *masculina*. As curvas femininas que a terapia hormonal me trouxeram me fizeram sentir muito melhor com o meu próprio corpo.
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A disforia sentida sobre o corpo pode e irá mudar com o tempo, para melhor e para pior. Por exemplo, muitas mulheres trans entram na transição não sentindo nenhuma desconexão com seus genitais, mas depois descobrem que conforme as maiores fontes de disforia se derretem, elas se tornam cada vez menos confortáveis com seus genitais. Alternativamente, alguns podem assumir que elas absolutamente precisarão de cirurgia de feminização facial, mas dois anos após o início da transição elas percebem que na verdade elas estão okay com as suas aparências faciais.
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É okay você perceber que você precisa de mais ou menos que quando você começara.
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É okay se você não odiar nada sobre o seu corpo e apenas querer que você se parecesse mais feminina ou masculino.
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É okay se você só odiar alguns aspectos do seu corpo, e não desejar mudar todas as suas características sexuais.
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É okay se você não precisar de *nenhuma* transição médica. Sensações sobre o corpo não são a essência da transição.
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**Disforia física corpórea total não é um requisito para ser transgênero. AFABs não precisam odiar seus seios, AMABs não precisam odiar seus pênis. Cada pessoa trans tem uma experiência diferente. Todas são válidas.**
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### Problemas de Imagem Corpórea Internalizada
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O mundo é cheio de mensagens subconscientes sobre como as formas dos corpos de homens e mulheres devem ser. Nós somos bombardeados por propaganda e mídia criando uma visão normalizada do que é e não é bonito. Não seja muito gordo, não seja muito magro, não seja muito alto, não seja muito baixo, não tenha um queixo muito largo, não tem um nariz muito grande, use maquiagem não use muita maquiagem, não saia de casa sem um sutiã, mas não o deixe ser visto. É incessante a constante enxurrada de expectativas sobre aparência gendrada.
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Todas absorvemos essas mensagens, e pessoas trans internalizam os fatores que importam ao gênero com o qual elas se alinham. Meninas trans crescem aplicando padrões femininos em si mesmas, meninos trans aplicam padrões masculinos em si mesmos e enbies (pessoas não-binárias) frequentemente internalizam vergonha acerca de androgenia. Isso é *em cima* da vergonha que eles recebem por não viverem de acordo com os padrões de seu gênero atribuído ao nascimento.
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Qual é o resultado final disso? Kathryn disse isso melhor:
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